«Aos vinte e nove dias de Maio de mil novecentos e vinte e seis, às
vinte horas e quarenta e cinco minutos, na Rua Voz do Operário número
sessenta e quatro primeiro, da cidade de Lisboa
(1) reuniu-se em
segundo Congresso a massa filiada no Partido Comunista Português secção
da Internacional Comunista», tendo a saudação aos delegados sido feita
pelo «camarada Rodrigues Loureiro, Secretário-Geral interino da
Comissão Central»
(2) . Assim começa a Acta que regista a abertura, há
80 anos, dos trabalhos do II Congresso do PCP, iniciado, portanto, um
dia depois de os militares golpistas comandados pelo general Gomes da
Costa se terem sublevado em Braga e iniciado a sua marcha para Lisboa,
onde acabaram por chegar quando os trabalhos do Congresso estavam a
terminar. O andamento do Congresso foi bastante condicionado pela
eclosão do golpe, a ponto de o presidente da sessão ter apelado aos
oradores para serem breves, na medida em que havia «muitas coisas para
resolver e os momentos de liberdade em virtude da revolução fascista
talvez sejam poucos».