Proletários de todos os países: UNI-VOS! PCP - Reflexão e Prática

Edição Nº 318 - Mai/Jun 2012

Abertura

História e confiança na luta

por Revista o Militante

«O Militante» assinala nesta edição os cinquenta anos das grandes jornadas do 1.º de Maio de 1962, acontecimento que marca a entrada da luta do povo português numa nova fase pelo derrube do fascismo. Trata-se de um marco histórico excepcionalmente rico de experiências e ensinamentos que é necessário conhecer e divulgar, para cimentar a convicção de que, sejam quais forem as dificuldades, a luta de massas é realmente o caminho da vitória. Valorizar outros importantes episódios históricos é também o objectivo de três outros artigos – sobre a vitória do proletariado rural dos campos do Sul na luta pelas 8 horas, sobre o 1.º de Maio de 1982 no Porto e sobre a luta pelas 40 horas semanais dos trabalhadores têxteis do Vale do Ave – da autoria de camaradas que tiveram participação destacada nas respectivas lutas. Valiosos pelos testemunhos vivos que contêm, eles devem ser lidos e apreciados sobretudo pelas experiências e inspiração que comportam para o presente da nossa luta. E particularmente pelo que nos dizem quanto à importância do conhecimento da História para derrotar o conformismo e incutir nas massas populares confiança na força poderosa da sua luta organizada.

Economia

Amanhã nós teremos fome

por João Vieira

Não se trata de fazer deste título uma provocação, mas apenas despertar a atenção para a outra crise gerada pelo capitalismo, a crise alimentar – uma variante da crise geral económico-financeira. Não pretendo com isto dizer que as prateleiras estarão vazias nos próximos seis meses, mas caminhamos nesse sentido, a fome já está no nosso país não ainda por falta de comida mas por falta de dinheiro para a comprar. Mesmo com o mito dos preços baixos, a comida será cada vez mais objecto de especulação e de difícil acesso para a maior parte das pessoas. A fome amanhã tem a ver com a natureza predadora do capitalismo e com o rumo que está a imprimir à agro-produção, em que os Estados se demitem da sua função reguladora e deixam nas mãos invisíveis do «mercado» esta necessidade básica que é a alimentação.

Internacional

União Europeia - Uma ameaça à democracia

por Rui Paz

Uma parte significativa das elites federalistas que hoje, face à realidade, é obrigada a distanciar-se da euforia com que saudou o euro, o Tratado de Lisboa e outras etapas do processo de integração da União Europeia (UE), continua a defender que a solução para a actual crise política, económica e social passa por «mais Europa!». Critica, e com a razão, a chanceler da Alemanha como ditadora pelas suas ameaças e actos contra a soberania dos povos, mas repete as palavras de ordem que conduzem exactamente àquilo que a Alemanha pretende, o reforço do seu poder de intervenção na orientação política dos governos dos outros Estados. «Mais Europa!» significa mais aprofundamento do federalismo, mais hegemonia alemã, mais retrocesso social e ataques à democracia, mais militarismo. Na verdade, a União Europeia, à medida que prossegue o seu aprofundamento, transforma-se cada vez mais numa verdadeira ameaça contra a soberania da maior parte dos Estados-membros e num perigo mortal para as conquistas democráticas e sociais obtidas pela luta dos trabalhadores e dos povos após a derrota do nazi-fascismo.

Juventude

Este país também é para jovens!

por Ana Sofia Correia

A juventude, pelas suas características particulares, pela sua combatividade, alegria e pela força transformadora que representa sempre foi alvo dos mais profundos ataques aos seus direitos e tentativas de estrangulamento da sua acção e vida.

Lutas

O exemplo da luta pelas 40 horas - Actualidade nos dias de hoje

por Adão Mendes

Com este contributo procuro lembrar o que foi a luta pela semana de 40 horas de trabalho no Vale do Ave e como a luta dos trabalhadores a partir das empresas, e os acordos aí obtidos, foi fundamental para estoirar as malfeitorias dos governos de direita (PS, PSD e CDS), que mais uma vez empurram o país e os trabalhadores para o abismo.

Organização

Desenvolver e intensificar a luta de massas

por Francisco Lopes

Passou um ano de aplicação do pacto de agressão, subscrito pelo PS, PSD e CDS-PP e pelo FMI, a UE e o BCE, com o apoio do Presidente da República e ao serviço do grande capital. Um pacto que constitui um instrumento usado nesta fase para aprofundar a política de direita que ao longo dos últimos 36 anos tem fustigado o País. Um pacto que promove o aumento da exploração e das desigualdades sociais, o empobrecimento, o comprometimento da soberania nacional e da democracia. Um pacto que está a empurrar Portugal para o desastre.

Tema

Pretty Woman - A grave questão da prostituição

por Odete Santos

Ele há temas que nos fazem vir à memória um poema pessimista de Jorge de Sena:

Neste vil mundo que nos coube em sorte/por culpa dos avós e de nós mesmos tão ocupados em esperanças de salvá-lo...

E se há temas que nos fazem dizer que o mundo está às avessas, um desses temas é sem dúvida nenhuma «a prostituição».

capa

Edição Nº 318 - Mai/Jun 2012

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