Rubrica: Abertura
Recrutar, integrar, responsabilizar - Uma tarefa prioritária
Este número de «O Militante» fecha num momento em que persistem muitas incertezas quanto ao desenvolvimento da situação internacional e da situação na União Europeia em particular. A insaciável gula do grande capital, a começar pelo capital financeiro e especulativo que comanda a dinâmica do capitalismo na sua fase actual, ao mesmo tempo que espalha desemprego e pobreza e concentra o poder económico num punhado cada vez mais restrito de oligopólios, agudiza as contradições e aprofunda a crise do sistema, semeia instabilidade e tensão nas relações internacionais. Os biliões de dólares e de euros roubados aos trabalhadores para salvar a Banca do colapso e enriquecer precisamente os responsáveis directos pela crise económica e financeira evidenciada com a falência do Lheman Brothers, não conduziram aos resultados que os tecnocratas do capital esperavam e anunciavam. A crise continua sem fim à vista. Nas principais potências capitalistas a situação é de estagnação e recessão. Nos EUA crescem inquietações quanto à possibilidade de um novo crash. E na Europa, onde está montado um sofisticado mecanismo de expropriação de direitos, riqueza e soberania – mais visível lá onde a troika se instalou, como Portugal, mas que envolve em graus diversos os trabalhadores de todos os países membros da União Europeia, incluindo os trabalhadores alemães – é evidente a crise, não apenas económica e financeira, mas também política e institucional, crise a que, na sequência do «tratado orçamental», se procura responder com a imposição de mecanismos ainda mais centralizadores e repressivos a bem do grande capital e do directório de grandes potências hegemonizado pela Alemanha.