Rubrica:
Para resistir e avançar a chave está no reforço do Partido
A evolução da situação nacional está a confirmar inteiramente as
análises do PCP nomeadamente no que respeita à luta por uma alternativa
de esquerda que, pondo fim ao condomínio PS/PSD sobre o poder político
e rompendo com três décadas de políticas de direita, reconduza o país
ao trilho dos valores e ideais libertadores do 25 de Abril.
O explorador do Windows
por Bruno Dias
Quando o homem mais rico do mundo aterrou em Portugal, foi como se
também Portugal tivesse de repente ficado mais rico. Hoje parecem águas
passadas, mas a verdade é que naqueles primeiros dias de Fevereiro
foram mais que muitas as páginas de jornal e as horas de emissão de TV
e rádio, anunciando com um frémito de emoção a presença no nosso país
de William H. Gates III, conhecido em todo o mundo pelo nome (bastante
mais amigável) de… Bill Gates.
A arma alimentar na estratégia global do grande capital
por João Vieira
A propósito de um artigo da Pública de 12 de Fevereiro, intitulado «O
Haiti é uma ferida», são referidos alguns aspectos interessantes da
tragédia que vive aquele país. Mas, como habitualmente, denunciam-se as
situações mas não se aprofundam as causas. A natureza predadora do
capitalismo é a causa principal dessa «ferida» desde o colonialismo
primitivo ao de hoje organizado no âmbito da Organização Mundial de
Comércio (OMC) e que se disfarça por detrás dos acordos ditos de «livre
comércio» e do «acesso ao mercado» impostos pela OMC.
Alguns aspectos do processo de privatizações em Portugal (II)
O processo de privatizações não podia ser apresentado ao povo português
como algo prejudicial à economia nacional, aos interesses dos
trabalhadores, do povo e do país, mas antes como um processo prenhe de
vantagens e que só traria benefícios para o desenvolvimento. Obviamente
que não se podia dizer que as privatizações constituíam um importante
passo para a reconstituição dos grandes grupos económicos.
China o acordar de um gigante económico
«O sucesso de casos como os da China e do Vietname fica a dever-se, em
muito, ao facto de não terem esses países caído na adopção do modelo
tradicional do “Consenso de Washington” (1) e terem procurado formular
e adoptar as estratégias e as políticas mais adequadas às
circunstâncias que viviam e conheciam bem; e de as terem aplicado, não
como terapia de choque, mas com a sequência e o ritmo também adequados»
– extracto do livro Globalização - A Grande Desilusão, de Joseph E.
Stiglitz.
Ofensiva imperialista e potencialidades revolucionárias
Passado que foi um período de grande concentração de esforços em
tarefas de ordem interna, marcado nomeadamente por três actos
eleitorais de grande importância, o PCP procura responder a numerosos
compromissos pendentes no plano das suas relações internacionais,
cumprindo com os seus deveres internacionalistas.
Só há uma saída: o caminho da luta
por João Dias Coelho
Num caminho longo e prolongado que já dura mais de 30 anos, o PS, PSD
e CDS-PP destruíram sonhos individuais e colectivos de milhares de
trabalhadores.
Prometeram e não cumpriram. Foram, isso sim, ajudando a liquidar milhares de postos de trabalho produtivos, promoveram a precariedade como política de Estado, atacaram direitos dos trabalhadores conquistados pela luta de muitas gerações, como o direito à greve, à contratação colectiva, ao exercício da liberdade sindical; reduziram os salários, diminuíram o poder de compra dos trabalhadores e das camadas mais desfavorecidas, aumentaram o custo de vida, aumentaram a carga fiscal, designadamente o IVA que, tocando a todos, toca mais a uns que a outros.
A política de direita conduziu o país e milhares de trabalhadores a uma situação complexa, que tenderá a agravar-se se não for trilhado um outro rumo.
Prometeram e não cumpriram. Foram, isso sim, ajudando a liquidar milhares de postos de trabalho produtivos, promoveram a precariedade como política de Estado, atacaram direitos dos trabalhadores conquistados pela luta de muitas gerações, como o direito à greve, à contratação colectiva, ao exercício da liberdade sindical; reduziram os salários, diminuíram o poder de compra dos trabalhadores e das camadas mais desfavorecidas, aumentaram o custo de vida, aumentaram a carga fiscal, designadamente o IVA que, tocando a todos, toca mais a uns que a outros.
A política de direita conduziu o país e milhares de trabalhadores a uma situação complexa, que tenderá a agravar-se se não for trilhado um outro rumo.
Para um PCP mais forte estudar e generalizar as experiências positivas
No quadro da aplicação das orientações do XVII Congresso e das decisões do Comité Central, O Militante organizou uma mesa-redonda com camaradas com particulares responsabilidades no desenvolvimento do trabalho para o reforço do Partido. As ricas experiências já acumuladas serão certamente de grande interesse para todo o colectivo partidário e para suscitar ainda mais iniciativa na concretização desta importante e urgente tarefa.
Participaram na Mesa-redonda os camaradas Armindo Miranda (AM), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Setúbal, Jaime Toga (JT), membro do Comité Central e do Executivo da Direcção da Organização Regional do Porto, João Frazão (JF), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Aveiro e Margarida Botelho (MB), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Coimbra.
Assimetrias regionais e genocídio social
por Anselmo Dias
Fala-se muito de assimetrias regionais, como se tal realidade fosse uma
realidade própria, autónoma, algo similar a um fenómeno natural,
espontâneo, indiferente à política, a causas e a comportamentos.
Há assimetrias regionais porque há assimetrias sociais, que emanam de
uma sociedade que não é homogénea, mas constituída por classes, com
interesses próprios.
O II Congresso do PCP e o advento do fascismo
«Aos vinte e nove dias de Maio de mil novecentos e vinte e seis, às
vinte horas e quarenta e cinco minutos, na Rua Voz do Operário número
sessenta e quatro primeiro, da cidade de Lisboa (1) reuniu-se em
segundo Congresso a massa filiada no Partido Comunista Português secção
da Internacional Comunista», tendo a saudação aos delegados sido feita
pelo «camarada Rodrigues Loureiro, Secretário-Geral interino da
Comissão Central» (2) . Assim começa a Acta que regista a abertura, há
80 anos, dos trabalhos do II Congresso do PCP, iniciado, portanto, um
dia depois de os militares golpistas comandados pelo general Gomes da
Costa se terem sublevado em Braga e iniciado a sua marcha para Lisboa,
onde acabaram por chegar quando os trabalhos do Congresso estavam a
terminar. O andamento do Congresso foi bastante condicionado pela
eclosão do golpe, a ponto de o presidente da sessão ter apelado aos
oradores para serem breves, na medida em que havia «muitas coisas para
resolver e os momentos de liberdade em virtude da revolução fascista
talvez sejam poucos».
120 anos depois a actualidade do 1.º de Maio
por Américo Nunes
Passados 120 anos sobre as grandes greves e acções de massas do
operariado norte-americano pela redução da jornada de trabalho, que
vieram dar origem à fixação do 1.º de Maio como Dia Internacional do
Trabalhador, na sua essência, os problemas, os objectivos
reivindicativos, os ideais e os valores que então estiveram presentes
na luta, embora em contexto político, social e económico profundamente
modificado, mantêm-se plenos de actualidade.
Portugal: um balanço de 20 anos na União Europeia
por Eugénio Rosa
Portugal aderiu à União Europeia (UE) em 1986, portanto, em 2006,
completam-se 20 anos. É altura de se fazer um balanço objectivo,
naturalmente diferente do balanço oficial, que neste artigo se vai
limitar, até por uma questão de espaço disponível, a alguns aspectos importantes da realidade económica e social, ou seja, tentar saber o
que essa adesão trouxe de bom e mau para o nosso país neste campo. E
mais ainda quando na altura da adesão se fizeram promessas ao povo
português de que ela traria desenvolvimento, crescimento económico,
mais emprego, maior nível de vida, mais riqueza e mais justiça. Estas
foram as promessas que os sucessivos governos quer do PS (o primeiro
foi o de Mário Soares) quer do PSD (o primeiro foi de Cavaco Silva),
que se alternam de uma forma pendular no poder, utilizaram
abundantemente para justificar essa adesão.