Proletários de todos os países: UNI-VOS! PCP - Reflexão e Prática

Edição Nº 282 - Mai/Jun 2006

Rubrica:

Para resistir e avançar a chave está no reforço do Partido

por Revista «O Militante»

A evolução da situação nacional está a confirmar inteiramente as análises do PCP nomeadamente no que respeita à luta por uma alternativa de esquerda que, pondo fim ao condomínio PS/PSD sobre o poder político e rompendo com três décadas de políticas de direita, reconduza o país ao trilho dos valores e ideais libertadores do 25 de Abril.

O explorador do Windows

por Bruno Dias

Quando o homem mais rico do mundo aterrou em Portugal, foi como se também Portugal tivesse de repente ficado mais rico. Hoje parecem águas passadas, mas a verdade é que naqueles primeiros dias de Fevereiro foram mais que muitas as páginas de jornal e as horas de emissão de TV e rádio, anunciando com um frémito de emoção a presença no nosso país de William H. Gates III, conhecido em todo o mundo pelo nome (bastante mais amigável) de… Bill Gates.

A arma alimentar na estratégia global do grande capital

por João Vieira

A propósito de um artigo da Pública de 12 de Fevereiro, intitulado «O Haiti é uma ferida», são referidos alguns aspectos interessantes da tragédia que vive aquele país. Mas, como habitualmente, denunciam-se as situações mas não se aprofundam as causas. A natureza predadora do capitalismo é a causa principal dessa «ferida» desde o colonialismo primitivo ao de hoje organizado no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC) e que se disfarça por detrás dos acordos ditos de «livre comércio» e do «acesso ao mercado» impostos pela OMC.

Alguns aspectos do processo de privatizações em Portugal (II)

por Fernando Sequeira

O processo de privatizações não podia ser apresentado ao povo português como algo prejudicial à economia nacional, aos interesses dos trabalhadores, do povo e do país, mas antes como um processo prenhe de vantagens e que só traria benefícios para o desenvolvimento. Obviamente que não se podia dizer que as privatizações constituíam um importante passo para a reconstituição dos grandes grupos económicos.

China o acordar de um gigante económico

por José Alberto Lourenço

«O sucesso de casos como os da China e do Vietname fica a dever-se, em muito, ao facto de não terem esses países caído na adopção do modelo tradicional do “Consenso de Washington” (1) e terem procurado formular e adoptar as estratégias e as políticas mais adequadas  às circunstâncias que viviam e conheciam bem; e de as terem aplicado, não como terapia de choque, mas com a sequência e o ritmo também adequados» – extracto do livro Globalização - A Grande Desilusão, de Joseph E. Stiglitz.

Ofensiva imperialista e potencialidades revolucionárias

por Manuela Bernardino

Passado que foi um período de grande concentração de esforços em tarefas de ordem interna, marcado nomeadamente por três actos eleitorais de grande importância, o PCP procura responder a numerosos compromissos pendentes no plano das suas relações internacionais, cumprindo com os seus deveres internacionalistas.

Só há uma saída: o caminho da luta

por João Dias Coelho

Num caminho longo e prolongado que já dura mais de 30  anos, o PS, PSD e CDS-PP destruíram sonhos individuais e colectivos de milhares de trabalhadores.
Prometeram e não cumpriram. Foram, isso sim, ajudando a liquidar milhares de postos de trabalho produtivos, promoveram a precariedade como política de Estado, atacaram direitos dos trabalhadores conquistados pela luta de muitas gerações, como o direito à greve, à contratação colectiva, ao exercício da liberdade sindical; reduziram os salários, diminuíram o poder de compra dos trabalhadores e das camadas mais desfavorecidas, aumentaram o custo de vida, aumentaram a carga fiscal, designadamente o IVA que, tocando a todos, toca mais a uns que a outros.
A política de direita conduziu o país e milhares de trabalhadores a uma situação complexa, que tenderá a agravar-se se não for trilhado um outro rumo.

Para um PCP mais forte estudar e generalizar as experiências positivas

por Revista o Militante


No quadro da aplicação das orientações do XVII Congresso e das decisões do Comité Central, O Militante organizou uma mesa-redonda com camaradas com particulares responsabilidades no desenvolvimento do trabalho para o reforço do Partido. As ricas experiências já acumuladas serão certamente de grande interesse para todo o colectivo partidário e para suscitar ainda mais iniciativa na concretização desta importante e urgente tarefa.
Participaram na Mesa-redonda os camaradas Armindo Miranda (AM), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Setúbal, Jaime Toga (JT), membro do Comité Central e do Executivo da Direcção da Organização Regional do Porto, João Frazão (JF), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Aveiro e Margarida Botelho (MB), membro da Comissão Política e responsável pela Organização Regional de Coimbra.

Assimetrias regionais e genocídio social

por Anselmo Dias

Fala-se muito de assimetrias regionais, como se tal realidade fosse uma realidade própria, autónoma, algo similar a um fenómeno natural, espontâneo, indiferente à política, a causas e a comportamentos. Há assimetrias regionais porque há assimetrias sociais, que emanam de uma sociedade que não é homogénea, mas constituída por classes, com interesses próprios.

O II Congresso do PCP e o advento do fascismo

por Domingos Abrantes

«Aos vinte e nove dias de Maio de mil novecentos e vinte e seis, às vinte horas e quarenta e cinco minutos, na Rua Voz do Operário número sessenta e quatro primeiro, da cidade de Lisboa (1) reuniu-se em segundo Congresso a massa filiada no Partido Comunista Português secção da Internacional Comunista», tendo a saudação aos delegados sido feita pelo «camarada Rodrigues Loureiro, Secretário-Geral interino da Comissão Central» (2) . Assim começa a Acta que regista a abertura, há 80 anos, dos trabalhos do II Congresso do PCP, iniciado, portanto, um dia depois de os militares golpistas comandados pelo general Gomes da Costa se terem sublevado em Braga e iniciado a sua marcha para Lisboa, onde acabaram por chegar quando os trabalhos do Congresso estavam a terminar. O andamento do Congresso foi bastante condicionado pela eclosão do golpe, a ponto de o presidente da sessão ter apelado aos oradores para serem breves, na medida em que havia «muitas coisas para resolver e os momentos de liberdade em virtude da revolução fascista talvez sejam poucos».

120 anos depois a actualidade do 1.º de Maio

por Américo Nunes

Passados 120 anos sobre as grandes greves e acções de massas do operariado norte-americano pela redução da jornada de trabalho, que vieram dar origem à fixação do 1.º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador, na sua essência, os problemas, os objectivos reivindicativos, os ideais e os valores que então estiveram presentes na luta, embora em contexto político, social e económico profundamente modificado, mantêm-se plenos de actualidade.

Portugal: um balanço de 20 anos na União Europeia

por Eugénio Rosa

Portugal aderiu à União Europeia (UE) em 1986, portanto, em 2006, completam-se 20 anos. É altura de se fazer um balanço objectivo, naturalmente diferente do balanço oficial, que neste artigo se vai limitar, até por uma questão de espaço disponível, a alguns aspectos importantes da realidade económica e social, ou seja, tentar saber o que essa adesão trouxe de bom e mau para o nosso país neste campo. E mais ainda quando na altura da adesão se fizeram promessas ao povo português de que ela traria desenvolvimento, crescimento económico, mais emprego, maior nível de vida, mais riqueza e mais justiça. Estas foram as promessas que os sucessivos governos quer do PS (o primeiro foi o de Mário Soares) quer do PSD (o primeiro foi de Cavaco Silva), que se alternam de uma forma pendular no poder, utilizaram abundantemente para justificar essa adesão.