Proletários de todos os países: UNI-VOS! PCP - Reflexão e Prática

Edição Nº 288 - Mai/Jun 2007

Abertura

Maio em tempo de luta

por Revista «O Militante»

Maio é uma palavra que diz muito aos trabalhadores portugueses, que rima com trabalho, alegria, luta e confiança.
Maio é um mês carregado de História, que de algum modo simboliza o papel de vanguarda assumido pela classe operária, industrial e agrícola, no processo libertador do povo português. Entre outras, as greves de 8 e 9 de Maio de 1943 constituem um marco fundamental na ascensão da classe operária à posição de classe dirigente da resistência anti-fascista, posição que o 1.º de Maio de 1962 e as grandes lutas pela jornada das 8 horas nos campos do Sul definitivamente consolidou até à Revolução de Abril. E esta, se se desenrolou como revolução popular profunda, foi porque ao levantamento militar se sucedeu de imediato o levantamento popular que o gigantesco 1.º de Maio de 1974 simboliza. Abril não teria sido possível sem Maio, sem a intervenção massiva e entusiástica da classe operária e das massas trabalhadoras na dinâmica revolucionária.

Actualidade

O anticomunismo e o branqueamento do fascismo - Aspectos de uma ofensiva reaccionária

por Manuel Gusmão

Como se esperava o concurso televisivo sobre «o melhor português» acabou atribuindo a vitória ao ditador Salazar. No universo da televisão manipulada e manipuladora é assim que as coisas acontecem. Dias antes, um grupo de provocadores fascistas conseguira mistificar algumas dezenas de populares, mas não conseguira impedir a realização, em Santa Comba Dão, de uma sessão promovida pelo núcleo de Viseu da URAP contra as intenções de criação, naquela vila de um museu dedicado à memória do ditador; dias depois, num outro recanto do mundo real, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os estudantes davam uma expressiva vitória a uma lista unitária que incluía jovens comunistas (818 votos) contra uma lista que integrava elementos assumidamente de extrema-direita (81 votos). O resultado chegava depois de uma força da PSP ter impedido que um grupo de jovens democratas acabasse um mural que substituía símbolos nazi-fascistas por motivos emblemáticos do 25 de Abril.

Comunicação Social

Media, sociedade e democracia

por Fernando Correia

1- O lugar central ocupado pelos media na nossa sociedade revela-se em três aspectos essenciais, relacionados entre si: o espaço que ocupam na vida das pessoas, em substituição de outras formas de participação social; as influências de diverso tipo que exercem sobre as atitudes, os comportamentos e os valores de cada um e da sociedade; os múltiplos condicionalismos, pressões e expectativas que sobre eles recaem, enquanto instrumentos de poder e do exercício do(s) poder(es), de dominação ideológica  ou de conquista de visibilidade.

Internacional

Europa – apontamento sobre meio século de história

por Albano Nunes

A CEE, União Europeia hoje, nem é o umbigo da Europa nem se confunde com a Europa. Falar de «Europa» em lugar de UE é pura mistificação. Quando as classes dominantes, no quinquagésimo aniversário do Tratado de Roma e, apesar da crise evidente que a atravessa, celebram a CEE/UE  como um destino e um «caso de sucesso» sem alternativa, mais necessário se torna recordar o caminho percorrido nas últimas décadas pelos povos do continente. Em grandes traços essa é a tentativa das linhas que seguem.

Lutas

A contra-reforma da Administração Pública

por Ana Avoila

A chamada reforma da Administração Pública do Governo PS pretende desmantelar e reconfigurar a Administração Pública, tal como a entende a Constituição da República Portuguesa (CRP), colocando-a ao serviço, ou na subserviência, dos grandes grupos económicos e financeiros.