Rubrica: Cultura
100 anos da revista Orpheu
Momento-charneira do século XX literário e artístico português, Orpheu é o nome de uma revista trimestral de que se publicaram apenas dois números, em Março e Junho de 1915.
O Partido e os intelectuais nos anos 40 - O caso Bento de Jesus Caraça
por Manuel Gusmão
A reorganização do PCP e os seus III e IV Congressos (o I e o II ilegais), realizados respectivamente em 1943 e 1946, marcam a história de Portugal nos anos 40.No prefácio (de 1997) ao Informe Político do Comité Central ao IV Congresso do PCP, Álvaro Cunhal escreve: «A grande maioria dos quadros de direcção que se formaram nos anos da reorganização vinha da classe operária e revelava-se e forjava-se na intervenção directa e destacada em lutas de massas.
Na apresentação do Livro II de O Capital-Um manancial de aspectos a reter
O presente texto é um extracto (cujo aparato crítico foi simplificado e
que será publicado na íntegra juntamente com textos de outros autores)
da intervenção do autor num debate na Festa do «Avante!»
Dizer cem vezes a palavra «açúcar»
por Gisela Conceição
Questionar os conceitos, clarificá-los, resolvê-los na prática, no
rigoroso sentido marxista desta fórmula, é um acto de cultura, de
liberdade, de emancipação.
Convido-vos, leitores, para uma breve reflexão política em torno da violência lexical e semântica que procura manipular, subverter, rasurar as agudas contradições da realidade social.
Convido-vos, leitores, para uma breve reflexão política em torno da violência lexical e semântica que procura manipular, subverter, rasurar as agudas contradições da realidade social.
Cultura e ideologia (*)
por Manuel Gusmão
Quando Marx, em O Capital, analisa o processo de trabalho, «antes
de mais, independentemente de qualquer forma social determinada», mas já
supondo uma forma que pertence exclusivamente ao homem, considera como momentos
simples e abstractos desse processo «a actividade conforme o objectivo, ou o
próprio trabalho, o seu objecto e o seu meio. Estes três momentos entram em
relações de interdependência e o processo é basicamente o de uma múltipla
transformação – o objecto de trabalho é transformado num outro objecto, o
produto. O processo, repetindo-se, pode vir a transformar-se pela descoberta e
incorporação de novos meios e instrumentos e, finalmente, o trabalhador torna-se
em acto naquilo que apenas era em potência – «força de trabalho actuante,
operário».
Encontro Nacional do PCP sobre Cultura Democracia cultural, uma bandeira dos trabalhadores
por Filipe Diniz
O Encontro Nacional do PCP sobre Cultura, A Vertente Cultural da Democracia, Emancipação, Transformação, Liberdade, realizado no passado dia 26 de Maio no Anfiteatro da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, constituiu uma muito importante iniciativa política do Partido. Talvez não seja exagerado considerá-lo mesmo como uma iniciativa de invulgar significado e consequências.
Fernando Lopes-Graça, um mestre e um exemplo
por Filipe Diniz
Há, e haverá longamente para além do ano do centenário do seu
nascimento, muito ainda para escrever, para estudar, para conhecer
acerca da arte, da personalidade, do exemplar compromisso cívico e
político de Fernando Lopes-Graça.
Entre os músicos, mais do que entre outros artistas, permanece viva a designação de «mestre» para as suas figuras mais destacadas e merecedoras de respeito. Em relação a Lopes-Graça essa palavra deve ser tomada literalmente a sério, e não apenas na referência ao grande artista, ao grande músico e criador musical.
Entre os músicos, mais do que entre outros artistas, permanece viva a designação de «mestre» para as suas figuras mais destacadas e merecedoras de respeito. Em relação a Lopes-Graça essa palavra deve ser tomada literalmente a sério, e não apenas na referência ao grande artista, ao grande músico e criador musical.
A formação do escritor José Saramago - Um livro decisivo: Levantado do Chão
No prefácio que escreveu para a edição de Uma família do
Alentejo, de João Domingos Serra, José Saramago diz de si mesmo enquanto
escritor por alturas de 1975: «Era esse o tempo em que não tendo feito
até aí mais que uns quantos poemas e umas quantas crónicas, obra limpa
sem dúvida, mas mais do que modesta, tinha começado a dar voltas a uma
ideia ambiciosa, nada menos imagine-se, que uma história sobre o campo e
quem lá trabalha e malvive.»