Proletários de todos os países: UNI-VOS! PCP - Reflexão e Prática

Textos de: "Jorge Cadima"

Nº 341 - Mar/Abr 2016

Tempos tempestuosos

Um quarto de século após a destruição da União Soviética e do sistema socialista mundial, o capitalismo conduziu a Humanidade a uma das suas maiores crises, com consequências potencialmente trágicas. As guerras e agressões do imperialismo destruíram numerosos países, com dramáticas consequências humanas. Longe de estar resolvida, a crise económica do capitalismo que eclodiu em 2007-2008 conhece novos episódios. As suas causas permanecem e tendem mesmo a agravar-se. A crise foi pretexto para o grande capital financeiro intensificar a exploração dos trabalhadores e a rapina de todas as classes não monopolistas (como ficou patente nos países da União Europeia). A tudo isto se junta a alteração da correlação de forças económicas no planeta, com as velhas potências imperialistas em declínio a recusarem a ascensão de novos concorrentes. A crescente deriva autoritária e a cada vez mais descarada promoção de forças fascistas e xenófobas, bem como o alastrar dum terrorismo com ligações importantes aos governos e serviços secretos das grandes potências imperialistas (patente na Síria e na Líbia) são reflexo da opção de vastos sectores do grande capital pelo uso da força e da violência para impor a sua dominação.

Nº 336 - Mai/Jun 2015

Nos 70 anos da Vitória de 1945

Assinalar o fim da II Guerra Mundial na Europa e a derrota do monstro nazi-fascista nunca é mera formalidade. Tragédia maior da História humana, a II Grande Guerra (II GM) foi também, em múltiplos aspectos, um momento de viragem histórico. Mas a comemoração dos 70 anos de Maio de 1945 ganha importância ainda maior. Confrontadas com uma crise do sistema capitalista de profundidade sem precedentes, boa parte das classes dominantes aposta de novo na guerra, na ditadura e na violência, como instrumentos para afirmar o seu poder. Conhecer o fascismo, as suas origens e patrocinadores, a sua realidade e trágicas consequências, é um imperativo, não só para entender o passado, mas também o presente.

Nº 331 - Jul/Ago 2014

Nos 100 anos da I Guerra Mundial

No dia 28 de Julho deste ano cumpre-se um século do início da I Guerra Mundial, uma guerra que ficou conhecida apenas pela designação de Grande Guerra – até que 25 anos mais tarde o capitalismo europeu desencadeou um segundo grande conflito bélico, de ainda maiores proporções. A Grande Guerra foi o reflexo das rivalidades inter-imperialistas entre as maiores potências do seu tempo. Travou-se sobretudo no teatro europeu e alterou profundamente o mapa político, levando à derrocada de quatro grandes impérios que haviam marcado o mundo durante décadas, ou mesmo séculos: o Império Austro-Húngaro, o Império Czarista na Rússia, o Império Alemão, criado após a reunificação da Alemanha em 1871, e o Império Otomano. Mas se a I Guerra Mundial marcou o fim dum velho mundo, haveria também de ser o catalizador dum acontecimento que marcou para sempre a História da Humanidade: a grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia, que assinalou a entrada em cena dos povos como actores de primeiro plano da História e o primeiro grande passo para a libertação da Humanidade das sociedades baseadas na exploração de classe.

Nº 320 - Set/Out 2012

Fascismo: raízes históricas e ameaça actual

Nove décadas após a entrega do poder a Mussolini pelas classes dominantes italianas, o ascenso de forças de extrema direita e abertamente fascistas é uma realidade do continente europeu. Desde a glorificação oficial de veteranos das SS nas repúblicas bálticas, à entrada dos neo-nazis no Parlamento grego, o monstro ergue de novo a cabeça. Urge, pois, recordar alguns aspectos da natureza e do papel histórico do fascismo, bem como das cumplicidades que rodearam a sua ascensão. Para que não se voltem a repetir.

Nº 317 - Mar/Abr 2012

O imperialismo e a crise mundial

O momento actual é de enormes perigos para a Humanidade. Os acontecimentos sucedem-se a ritmo vertiginoso. No curto espaço de 20 anos, a euforia da vitória do imperialismo sobre o campo socialista transformou-se numa crise do sistema capitalista de proporções históricas e os limites do sistema capitalista são hoje uma evidência difícil de negar. O recurso à lei da força e da guerra como prática corrente nas relações internacionais – a tradicional política da canhoneira – é de novo a norma. A estagnação ou crise aberta nos velhos centros imperialistas (EUA e Europa), e também no Japão, contrasta flagrantemente com a emergência de novas potências, como os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A incapacidade das velhas potências imperialistas para ultrapassar a sua profunda crise (evidenciada nos últimos três anos) faz ressurgir os mais reaccionários ímpetos agressivos. É clara a opção por uma autêntica guerra contra os seus próprios povos, visando destruir as conquistas sociais que a luta de classes havia imposto em décadas anteriores. E estas políticas são inseparáveis duma escalada autoritária e de cariz fascista (quaisquer que sejam as formas exteriores de que se revista) no plano interno.

Nº 311 - Mar/Abr 2011

A guerra da Coreia e os perigos actuais na Península Coreana

Seis décadas após a terrível guerra da Coreia, os ventos da agressão e guerra imperialistas continuam a soprar de forma perigosa em torno da Península Coreana. A tensão alimentada pelo imperialismo serve de pretexto para que os EUA continuem a manter, 65 anos após o fim da II Guerra Mundial, milhares de soldados, bases militares e armas nucleares no Japão e na Coreia do Sul, no âmbito da sua política de dominação planetária. Essa presença, que desde há décadas limita a soberania e independência dessas potências asiáticas, tem hoje – como há 60 anos – um outro alvo: o gigante chinês, cuja importância mundial é cada vez maior e decisiva.

Nº 301 - Jul/Ago 2009

Sobre o fascismo e a verdade histórica

Há 70 anos, iniciava-se a II Guerra Mundial. Pela segunda vez num quarto de século, as rivalidades e belicismo congénito do capitalismo ceifavam a vida a dezenas de milhões de seres humanos e semeavam a destruição. Entre as duas grandes guerras, o planeta foi varrido pela maior crise económica do capitalismo até então conhecida. Das entranhas dum sistema de exploração em agonia surgiu o monstro do nazi-fascismo, que precipitou a catástrofe de 1939-45 e chegou a imperar sobre quase todo o continente europeu.

Nº 299 - Mar/Abr 2009

60 anos ao serviço do imperialismo

A 4 de Abril de 1949 foi oficialmente criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte, conhecida no nosso país pelas suas iniciais em inglês: NATO. No Tratado fundador da NATO abundavam palavras bonitas como «democracia» e «liberdades individuais».

Nº 297 - Nov/Dez 2008

Crise anunciada

A crise económica do capitalismo explodiu com toda a força neste Outono de 2008. As suas dimensões são já impossíveis de esconder. As suas consequências far-se-ão sentir durante muitos anos. A pouco menos de 80 anos da anterior grande crise económica capitalista – que também teve o seu epicentro nos EUA – a realidade vem novamente mostrar que o capitalismo, funcionando de acordo com as suas regras e leis, é um sistema roído por enormes contradições, que gera crises mundiais com consequências devastadoras para muitos milhões de seres humanos. É ainda cedo para prever ou avaliar os contornos exactos desta crise e suas consequências. Mas alguns apontamentos são inevitáveis.

Nº 295 - Jul/Ago 2008

Itália - Um percurso e uma eleição

As eleições políticas italianas de Abril deste ano merecem particular atenção. Pela importância do país, berço do fascismo e onde os seus herdeiros assumem de novo as rédeas do poder. Mas também onde os comunistas tiveram um notável papel na organização e condução da luta dos trabalhadores e das massas.

Nº 293 - Mar/Abr 2008

De novo o Kosovo

O ano 2008 começa com o reacender dos perigos de guerra nos Balcãs. A questão do Kosovo, que serviu de pretexto para a guerra com que as potências imperialistas impuseram a sua presença militar e política no sudeste europeu, está de novo a ser atiçada por essas mesmas potências, e ameaça lançar os Balcãs de novo na guerra.

Nº 291 - Nov/Dez 2007

A influência internacional da Revolução de Outubro

Quando o jornalista norte-americano John Reed escolheu o título «Dez dias que abalaram o mundo» para o seu livro sobre a Revolução de Outubro, fez jus a um dos principais aspectos dessa grande revolução: o seu impacto internacional. Como não podia deixar de ser, a Revolução de Outubro tem a marca do quadro nacional onde se gerou e decorreu. Mas, quer na sua génese, quer nas enormes consequências que teve para a História da Humanidade ao longo dos 90 anos desde então decorridos, o que ressalta é sobretudo a dimensão internacional da Revolução bolchevique.

Nº 288 - Mai/Jun 2007

Encruzilhada imperialista

Os dois anos e meio decorridos desde o último Congresso do PCP confirmaram os traços fundamentais da situação internacional indicados na Resolução Política: a «violenta e generalizada ofensiva do imperialismo», mas também os «importantes processos de luta e de rearrumação de forças» e a «instabilidade, a insegurança e a incerteza [que] dominam as relações internacionais». Mas evidenciaram também que a ofensiva imperialista enfrenta dificuldades cada vez maiores no plano militar, político e económico. O imperialismo enfrenta hoje uma situação muito complexa. Não é de excluir que procure resolvê-la através de um uso brutal da força, com consequências desastrosas para a Humanidade. Mas como salientou igualmente a Resolução do XVII Congresso: «Vivem-se tempos de grandes recuos e perigos de retrocesso histórico, mas também de forte resistência e potencialidades revolucionárias».

Nº 281 - Mar/Abr 2006

O anticomunismo e a ofensiva do imperialismo

A moção anticomunista apresentada e aprovada na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) em finais de Janeiro – embora sem as recomendações aos governos europeus que acompanhavam a proposta inicial – não é um mero episódio de crónica. É um sinal preocupante dos tempos actuais, pelo seu conteúdo e pelo seu significado político.