Proletários de todos os países: UNI-VOS! PCP - Reflexão e Prática

Rubrica: Internacional

Edição Nº 341 - Mar/Abr 2016

Tempos tempestuosos

por Jorge Cadima

Um quarto de século após a destruição da União Soviética e do sistema socialista mundial, o capitalismo conduziu a Humanidade a uma das suas maiores crises, com consequências potencialmente trágicas. As guerras e agressões do imperialismo destruíram numerosos países, com dramáticas consequências humanas. Longe de estar resolvida, a crise económica do capitalismo que eclodiu em 2007-2008 conhece novos episódios. As suas causas permanecem e tendem mesmo a agravar-se. A crise foi pretexto para o grande capital financeiro intensificar a exploração dos trabalhadores e a rapina de todas as classes não monopolistas (como ficou patente nos países da União Europeia). A tudo isto se junta a alteração da correlação de forças económicas no planeta, com as velhas potências imperialistas em declínio a recusarem a ascensão de novos concorrentes. A crescente deriva autoritária e a cada vez mais descarada promoção de forças fascistas e xenófobas, bem como o alastrar dum terrorismo com ligações importantes aos governos e serviços secretos das grandes potências imperialistas (patente na Síria e na Líbia) são reflexo da opção de vastos sectores do grande capital pelo uso da força e da violência para impor a sua dominação.

Edição Nº 330 - Mai/Jun 2014

Ucrânia – retrato de um golpe de estado - Revanchismo neofascista e agenda imperialista

por Luís Carapinha

Kiev amanheceu a 22 de Fevereiro sem Presidente. Traído pelo acordo assinado na véspera com os líderes da oposição sob os altos auspícios da troika da UE (Alemanha, França e Polónia), o chefe de estado da Ucrânia democraticamente eleito, Viktor Ianukóvitch, abandonara a capital ao fim de três meses de desmandos e violência armada nas ruas. O golpe de estado foi consumado no dia seguinte com a nomeação pelo parlamento do presidente interino, Turchinov, homem de confiança da magnata e ex-primeira-ministra, Iúlia Timochenko.

Edição Nº 329 - Mar/Abr 2014

O pesadelo Estado-unidense

por André Levy

O sonho americano – de que o trabalho árduo é recompensado com a oportunidade de prosperidade, sucesso e ascensão social – levou centenas de milhares de emigrantes a escolherem os EUA como destino. Muitos entraram pelo porto de Nova Iorque e foram recebidos pela Estátua da Liberdade, onde estão inscritos os versos de Emma Lazarus: «Venham a mim as multidões exaustas, pobres e confusas ansiosas pela liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade... Eu guio-os com a minha tocha

Edição Nº 329 - Mar/Abr 2014

Movimento comunista e revolucionário internacional - Questões de actualidade na luta ideológica

por Albano Nunes

Valorizando a realização do 15.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários (EIPCO) realizado em Lisboa em Novembro de 2013, o comunicado da reunião do Comité Central do PCP de 14 e 15 de Dezembro afirma: «com plena consciência da existência de inevitáveis diferenças de opinião e, mesmo, de sérias divergências, o PCP continuará empenhado no fortalecimento, unidade e capacidade de acção do Movimento Comunista e Revolucionário Internacional, com base no exame franco e fraternal dos problemas comuns e nos princípios de igualdade, respeito mútuo, não ingerência nos assuntos internos e solidariedade recíproca, e rejeitando as diferentes formas de oportunismo, seja na sua expressão de adaptação ao sistema ou dogmática e sectária». É a propósito do denso conteúdo político e ideológico deste pequeno parágrafo de um documento do Comité Central do PCP que se considera útil tecer algumas considerações.

Edição Nº 327 - Nov/Dez 2013

Terror e militarismo na estratégia dos EUA para enfrentar a crise

por Luís Carapinha

O fenómeno do terrorismo, na complexidade e multiplicidade de formas e facetas que encerra, esteve sempre associado – de modo directo ou indirecto – à manutenção dos interesses de classe dominantes. A situação actual não constitui excepção. A estratégia militarista dos EUA e a expansão do terrorismo de Estado continua a socorrer-se do subterfúgio da ameaça terrorista e da guerra contra a Al-Qaeda, apesar de há muito serem conhecidas as ligações promíscuas entre a acção do terrorismo islâmico e os centros de subversão do imperialismo. A guerra de agressão contra a Síria, em que segundo Damasco participam mercenários oriundos de 83 países, coloca a nu esta relação criminosa. Só não vê quem não quer.

Edição Nº 322 - Jan/Fev 2013

14º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários

por Ângelo Alves

Realizou-se de 23 a 25 de Novembro em Beirute (Líbano), o 14.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Realizado sob o lema «Fortalecer a lutas contra a escalada agressiva imperialista, pela satisfação dos direitos e aspirações sócio-económicas e democráticas dos povos, pelo socialismo» o 14.º Encontro Internacional contou com a participação de 60 delegações de partidos comunistas e operários oriundos de 44 países de todos os continentes. O Partido Comunista Português fez-se representar por Ângelo Alves, membro da Comissão Política do CC e por Inês Zuber, deputada ao Parlamento Europeu, e no decorrer dos trabalhos foi proferida a intervenção que agora o "O Militante" publica.

Edição Nº 321 - Nov/Dez 2012

Quem lucra na Alemanha com o(s) pacto(s) de agressão

por Rui Paz

O governo alemão apresentou em Setembro, no Bundestag, o relatório provisório sobre a distribuição da riqueza no país. Elaborado pelo Ministério da Família e do Trabalho, o documento provocou de imediato a reacção do Ministério da Economia, que se opôs à sua publicação. Nele era visível que na Alemanha os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. E mais grave ainda, que os 10% mais ricos detêm 55% de toda a riqueza do país (seja em dinheiro, propriedades, ou valores na Bolsa), enquanto a metade mais pobre da população possui apenas 1% da riqueza existente. Isto significa que 40 milhões de alemães ou não possuem nada, ou ganham o mínimo dos mínimos para sobreviver.

Edição Nº 321 - Nov/Dez 2012

«Uma terra sem amos» - A crise do capitalismo, a luta e a alternativa

por Ângelo Alves

A situação económica, social e política em Portugal coloca aos comunistas portugueses grandes desafios e responsabilidades. As questões da resistência à ofensiva do capital contra os trabalhadores e o povo; da ruptura com a política de direita por via de uma política alternativa, patriótica e de esquerda; da afirmação do socialismo como a necessária, única e urgente alternativa de fundo ao capitalismo – de que a Democracia Avançada é a actual etapa – estão na ordem do dia.

Edição Nº 320 - Set/Out 2012

Fascismo: raízes históricas e ameaça actual

por Jorge Cadima

Nove décadas após a entrega do poder a Mussolini pelas classes dominantes italianas, o ascenso de forças de extrema direita e abertamente fascistas é uma realidade do continente europeu. Desde a glorificação oficial de veteranos das SS nas repúblicas bálticas, à entrada dos neo-nazis no Parlamento grego, o monstro ergue de novo a cabeça. Urge, pois, recordar alguns aspectos da natureza e do papel histórico do fascismo, bem como das cumplicidades que rodearam a sua ascensão. Para que não se voltem a repetir.

Edição Nº 319 - Jul/Ago 2012

Crise e Transição Política - Um livro de leitura indispensável

por Filipe Diniz

Tudo o que Rui Namorado Rosa escreve tem a marca da qualidade intelectual, do rigor científico, da profundidade na aplicação dos recursos analíticos do marxismo-leninismo sobre uma sólida base de documentação e informação. É assim que poderia ser apresentada a «Crise e Transição Política, metabolismo social e material». Mas um livro com esta riqueza de conteúdo requer que se diga algo mais.

Edição Nº 317 - Mar/Abr 2012

O imperialismo e a crise mundial

por Jorge Cadima

O momento actual é de enormes perigos para a Humanidade. Os acontecimentos sucedem-se a ritmo vertiginoso. No curto espaço de 20 anos, a euforia da vitória do imperialismo sobre o campo socialista transformou-se numa crise do sistema capitalista de proporções históricas e os limites do sistema capitalista são hoje uma evidência difícil de negar. O recurso à lei da força e da guerra como prática corrente nas relações internacionais – a tradicional política da canhoneira – é de novo a norma. A estagnação ou crise aberta nos velhos centros imperialistas (EUA e Europa), e também no Japão, contrasta flagrantemente com a emergência de novas potências, como os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A incapacidade das velhas potências imperialistas para ultrapassar a sua profunda crise (evidenciada nos últimos três anos) faz ressurgir os mais reaccionários ímpetos agressivos. É clara a opção por uma autêntica guerra contra os seus próprios povos, visando destruir as conquistas sociais que a luta de classes havia imposto em décadas anteriores. E estas políticas são inseparáveis duma escalada autoritária e de cariz fascista (quaisquer que sejam as formas exteriores de que se revista) no plano interno.

Edição Nº 314 - Set/Out 2011

Luta de classes nos EUA

por André Levy

«Há de facto uma luta de classes, mas é a minha classe, a classe rica, que está a fazer a guerra, e estamos a ganhar.» As palavras são de Warren Buffet, investidor e filantropo dos EUA e um dos homens mais ricos do mundo, pronunciadas alguns anos antes do estalar da actual crise económica e financeira.

Edição Nº 311 - Mar/Abr 2011

A guerra da Coreia e os perigos actuais na Península Coreana

por Jorge Cadima

Seis décadas após a terrível guerra da Coreia, os ventos da agressão e guerra imperialistas continuam a soprar de forma perigosa em torno da Península Coreana. A tensão alimentada pelo imperialismo serve de pretexto para que os EUA continuem a manter, 65 anos após o fim da II Guerra Mundial, milhares de soldados, bases militares e armas nucleares no Japão e na Coreia do Sul, no âmbito da sua política de dominação planetária. Essa presença, que desde há décadas limita a soberania e independência dessas potências asiáticas, tem hoje – como há 60 anos – um outro alvo: o gigante chinês, cuja importância mundial é cada vez maior e decisiva.

Edição Nº 310 - Jan/Fev 2011

África do Sul, 12.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários

por Revista o Militante

Realizou-se de 3 a 5 de Dezembro, na cidade de Tshwane (antiga Pretória), África do Sul, o 12.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Realizado pela primeira vez na sua história no continente africano o 12.º Encontro Internacional contou com a participação de 102 delegados, representando 51 Partidos oriundos de 43 países, que durante três dias abordaram o tema «o aprofundamento da crise sistémica do capitalismo.

Edição Nº 308 - Set/Out 2010

Alemanha: 20 anos de contra-revolução

por Rui Paz


Faz 20 anos, a 3 de Outubro, que a Alemanha Federal iniciou oficialmente o processo de anexação e colonização da República Democrática Alemã. A grande burguesia e os servidores do capital monopolista costumam apresentar os acontecimentos que conduziram ao fim do socialismo na RDA como um acto «revolucionário» ou «libertador», mas o tempo encarregou-se de demonstrar que se estava e continua a estar perante um prologando processo contra-revolucionário de proporções devastadoras.

Edição Nº 301 - Jul/Ago 2009

Sobre o fascismo e a verdade histórica

por Jorge Cadima

Há 70 anos, iniciava-se a II Guerra Mundial. Pela segunda vez num quarto de século, as rivalidades e belicismo congénito do capitalismo ceifavam a vida a dezenas de milhões de seres humanos e semeavam a destruição. Entre as duas grandes guerras, o planeta foi varrido pela maior crise económica do capitalismo até então conhecida. Das entranhas dum sistema de exploração em agonia surgiu o monstro do nazi-fascismo, que precipitou a catástrofe de 1939-45 e chegou a imperar sobre quase todo o continente europeu.

Edição Nº 297 - Nov/Dez 2008

O Cáucaso como pretexto - A escalada imperialista contra a Rússia

por Revista «O Militante»

A guerra no Cáucaso sobressaltou o mundo no Verão, tornando patente a gravidade do choque do imperialismo com a Rússia. A contundente reacção russa à agressão da Geórgia na Ossétia do Sul mostrou que o célebre discurso de Munique de Pútin, em Fevereiro de 2007, era para levar a sério. A determinação de Moscovo em defender os seus interesses nacionais causou a ira e o desconcerto em Washington e nas capitais da Aliança Atlântica.

Edição Nº 297 - Nov/Dez 2008

Deriva securitária do Capital...

por Maurício Miguel

«Os homens sempre foram em política vítimas ingénuas do engano dos outros e do próprio e continuarão a sê-lo enquanto não aprenderem a descobrir por detrás de todas as frases, declarações e promessas morais, religiosas, políticas e sociais, os interesses de uma ou outra classe. Os partidários de reformas e melhoramentos ver-se-ão sempre enganados pelos defensores do velho, enquanto não compreenderem que toda a instituição velha, por mais bárbara e apodrecida que pareça, se mantém pela força de umas ou de outras classes dominantes.»

(V. I. Lénine, As Três Fontes e as Três Partes Constitutivas do Marxismo, Obras Escolhidas em três tomos, Edições «Avante!», 1977, pp. 38-39)

Edição Nº 295 - Jul/Ago 2008

Itália - Um percurso e uma eleição

por Jorge Cadima

As eleições políticas italianas de Abril deste ano merecem particular atenção. Pela importância do país, berço do fascismo e onde os seus herdeiros assumem de novo as rédeas do poder. Mas também onde os comunistas tiveram um notável papel na organização e condução da luta dos trabalhadores e das massas.

Edição Nº 294 - Mai/Jun 2008

Chipre - Uma merecida vitória

por Miguel Madeira

Chipre foi recentemente notícia devido à eleição para Presidente da República de Dimitris Christofias, Secretário-Geral do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL). Este facto sucedeu na primeira vez em que foi apresentado um candidato presidencial próprio do AKEL e após bons resultados em várias eleições.

Edição Nº 293 - Mar/Abr 2008

Os EUA em tempos de crise e de eleições

por André Levy

As eleições intercalares nos EUA em finais de 2006 ditaram o regresso do Partido Democrata (PD) à condição de maioria na Câmara de Representantes e Senado, depois de doze anos de domínio do Partido Republicano (PR). A viragem foi favorecida pela crescente taxa de desaprovação do Presidente Bush, ditada, em parte, pelo agravamento das condições económicas domésticas e pelo agravamento da ocupação militar do Iraque.

Edição Nº 293 - Mar/Abr 2008

De novo o Kosovo

por Jorge Cadima

O ano 2008 começa com o reacender dos perigos de guerra nos Balcãs. A questão do Kosovo, que serviu de pretexto para a guerra com que as potências imperialistas impuseram a sua presença militar e política no sudeste europeu, está de novo a ser atiçada por essas mesmas potências, e ameaça lançar os Balcãs de novo na guerra.

Edição Nº 290 - Set/Out 2007

Médio Oriente - A difícil construção do Estado palestiniano

por José Goulão

Os estadistas internacionais, a começar pelos que têm capacidade de decisão nos assuntos do mundo, falam hoje abertamente na criação de um Estado palestiniano independente. Esta formulação, silenciada durante décadas, frequentemente atacada como uma intenção terrorista, caiu agora com vulgaridade no léxico internacional, apresentada como uma solução que poderá aquietar as convulsões no Médio Oriente.

Edição Nº 289 - Jul/Ago 2007

Fascismo e neofascismo na Europa

por Rui Paz

A tentativa falhada, em Maio deste ano, da realização de um encontro de neofascistas europeus em Lisboa, veio mais uma vez alertar para o perigo da proliferação de partidos e organizações que perfilham doutrinas fascistas, racistas e xenófobas. Para se compreender a facilidade com que o neofascismo actualmente irrompe em quase todos os países europeus é conveniente não esquecer que os regimes parlamentares ocidentais sempre mantiveram alianças abertas ou ocultas com Estados e organizações fascistas que sobreviveram à derrota do nazismo em 1945. A organização terrorista secreta da NATO, GLADIO, com comando no quartel general em Bruxelas, operou com grupos fascistas eivados de anticomunismo, como a Ordine Nuovo e a Loja P2 em Itália, que se tornaram célebres através de numerosos atentados sangrentos com destaque para os da Piazza Fontana em Milão, em 1969 (17 mortos e 84 feridos) e da estação de Bolonha em 1980 (85 mortos).

Edição Nº 288 - Mai/Jun 2007

Europa – apontamento sobre meio século de história

por Albano Nunes

A CEE, União Europeia hoje, nem é o umbigo da Europa nem se confunde com a Europa. Falar de «Europa» em lugar de UE é pura mistificação. Quando as classes dominantes, no quinquagésimo aniversário do Tratado de Roma e, apesar da crise evidente que a atravessa, celebram a CEE/UE  como um destino e um «caso de sucesso» sem alternativa, mais necessário se torna recordar o caminho percorrido nas últimas décadas pelos povos do continente. Em grandes traços essa é a tentativa das linhas que seguem.

Edição Nº 288 - Mai/Jun 2007

Encruzilhada imperialista

por Jorge Cadima

Os dois anos e meio decorridos desde o último Congresso do PCP confirmaram os traços fundamentais da situação internacional indicados na Resolução Política: a «violenta e generalizada ofensiva do imperialismo», mas também os «importantes processos de luta e de rearrumação de forças» e a «instabilidade, a insegurança e a incerteza [que] dominam as relações internacionais». Mas evidenciaram também que a ofensiva imperialista enfrenta dificuldades cada vez maiores no plano militar, político e económico. O imperialismo enfrenta hoje uma situação muito complexa. Não é de excluir que procure resolvê-la através de um uso brutal da força, com consequências desastrosas para a Humanidade. Mas como salientou igualmente a Resolução do XVII Congresso: «Vivem-se tempos de grandes recuos e perigos de retrocesso histórico, mas também de forte resistência e potencialidades revolucionárias».

Edição Nº 284 - Set/Out 2006

Cuba uma vitória exemplar

por Revista «O Militante»

No âmbito de uma proclamada «Reforma das Nações Unidas», a antiga a Comissão para os Direitos Humanos da ONU foi substituída, mediante a Resolução A/RES/60/251 da Assembleia Geral da ONU de 15 de Março de 2006, por um novo Conselho dos Direitos Humanos, composto por 47 membros eleitos pela Assembleia Geral da ONU. Cuba foi eleita membro do novo Conselho por mais de dois terços dos países membros da ONU. Os Estados Unidos, receando uma derrota humilhante, nem sequer chegaram a apresentar a sua candidatura. Tomando posse como membro fundador do novo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Perez Roque, pronunciou um discurso que, pela sua dignidade, pela reafirmação de princípios, pela argumentação desenvolvida, pela postura de resistência e luta que o caracteriza, O Militante considera adequado publicar.

Edição Nº 283 - Jul/Ago 2006

O desmantelamento da Jugoslávia e a hegemonia alemã na Europa

por Rui Paz

A 21 de Maio deste ano realizou-se no Montenegro um referendo, instigado pela União Europeia (UE) e pelas potências da NATO, com a finalidade de liquidar definitivamente o que resta da Jugoslávia e isolar completamente a Sérvia. Como os próprios resultados oficialmente anunciados confirmam, pelo menos metade da população do Montenegro e dos seus  490 mil eleitores opõe-se à consumação dos planos separatistas. Liquidar a existência de um Estado por uma margem oficialmente anunciada de 1760 votos é uma farsa só comparável à dos referendos que a UE costuma repetir até à exaustão para impor aos povos o seu projecto imperialista. A liquidação do Estado da Sérvia e Montenegro confirma mais uma vez que por detrás da retórica da «intervenção humanitária» se escondia e esconde o plano revanchista do restabelecimento da hegemonia alemã e imperialista naquela região da Europa.

Edição Nº 282 - Mai/Jun 2006

China o acordar de um gigante económico

por José Alberto Lourenço

«O sucesso de casos como os da China e do Vietname fica a dever-se, em muito, ao facto de não terem esses países caído na adopção do modelo tradicional do “Consenso de Washington” (1) e terem procurado formular e adoptar as estratégias e as políticas mais adequadas  às circunstâncias que viviam e conheciam bem; e de as terem aplicado, não como terapia de choque, mas com a sequência e o ritmo também adequados» – extracto do livro Globalização - A Grande Desilusão, de Joseph E. Stiglitz.

Edição Nº 281 - Mar/Abr 2006

Revanchismo e contra-revolução social na Alemanha

por Rui Paz

Nas eleições parlamentares de Setembro de 2005, o eleitorado alemão inflingiu, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, uma derrota simultânea ao governo de Schröder e à oposição conservadora. Contrariando o sentido do voto popular, o Partido Social-Democrata Alemão (SPD) e a CDU/CSU (democracia-cristã) optaram por formar uma coligação dos derrotados, ignorando o repúdio popular por 15 anos de política antisocial e revanchista que desde a anexação da RDA tem vindo a ser praticada pelos governos de Kohl e de Schröder.

Edição Nº 281 - Mar/Abr 2006

O anticomunismo e a ofensiva do imperialismo

por Jorge Cadima

A moção anticomunista apresentada e aprovada na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) em finais de Janeiro – embora sem as recomendações aos governos europeus que acompanhavam a proposta inicial – não é um mero episódio de crónica. É um sinal preocupante dos tempos actuais, pelo seu conteúdo e pelo seu significado político.